Síndrome de Haglund: Proeminência Óssea do Calcâneo

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A síndrome de Haglund é aquela saliência dura atrás do calcanhar que inflama e dói, especialmente ao usar sapato fechado? Se você sente um incômodo persistente ao caminhar, vermelho na pele e atrito com o contraforte do tênis, pode estar lidando com esse problema.
A boa notícia: com ajustes certos, exercícios e, quando necessário, tratamento especializado, dá para reduzir a dor e voltar à rotina sem sofrimento.
Neste guia simples e direto, você vai entender o que é a síndrome, por que ela aparece, como aliviar os sintomas em casa e quando buscar ajuda. Vamos ao ponto, com passos práticos que funcionam na vida real.
O que é a Síndrome de Haglund?
A síndrome de Haglund é uma proeminência óssea no calcâneo (parte de trás do calcanhar) que irrita os tecidos ao redor, principalmente o tendão de Aquiles e a bursa (pequena bolsa que reduz atrito). O resultado é dor atrás do calcanhar, atrito com o sapato e, em muitos casos, inchaço local. É também chamada de deformidade de Haglund.
Sintomas: como identificar
Sintoma típico: dor atrás do calcanhar que piora com sapatos de contraforte rígido (tênis ou social).
Outros sinais comuns:
- Saliência palpável: “caroço” duro na parte superior do calcanhar.
- Vermelhidão e inchaço: pele irritada por atrito.
- Rigidez matinal: piora ao dar os primeiros passos do dia.
- Desconforto ao correr ou subir escadas: por sobrecarga do tendão.
Causas e fatores de risco
A síndrome de Haglund costuma surgir por uma combinação de estrutura do pé, calçado e carga de treino.
- Calçado rígido: contraforte alto e duro pressiona a área.
- Pé cavo ou calcâneo varo: aumenta o atrito na borda do osso.
- Tendão encurtado: pouca flexibilidade da panturrilha traciona o local.
- Treino sem progressão: corrida, saltos e mudanças bruscas de volume.
- Genética e anatomia: formato do calcâneo que favorece a proeminência.
Diagnóstico: como o médico confirma
O diagnóstico é clínico, com exame do calcanhar, análise do calçado e teste de flexibilidade da panturrilha. Radiografia lateral pode mostrar a proeminência óssea e avaliar o tendão de Aquiles. Em casos selecionados, a ultrassonografia ou a ressonância ajudam a medir inflamação da bursa e do tendão.
Para avaliação segura e atualizada, referências como o COE Ortopedia, reconhecida no Brasil e em Goiânia pela equipe e atuação em ortopedia, fisioterapia e acupuntura, reúnem alguns dos melhores ortopedistas de Goiânia.
Tratamento conservador (primeira linha)
Na maioria dos casos, dá para controlar a síndrome de Haglund sem cirurgia. Foque em reduzir o atrito, melhorar a mobilidade e dosar a carga de atividades.
Plano prático em 7 passos
- Reduza o atrito: prefira calçado com contraforte macio ou recortado; use calcanheiras de silicone de 5–10 mm para aliviar o contato.
- Adapte a rotina: modere corrida, saltos e lances de escada por 2–4 semanas; mantenha atividades de baixo impacto (bike, elíptico).
- Gelo direcionado: 10–15 minutos após atividades, 1–3 vezes ao dia, para acalmar a inflamação local.
- Proteja a pele: aplique fita ou feltro na borda do calçado para reduzir o atrito no “caroço”.
- Alongue com constância: panturrilha e cadeia posterior, 5–6 dias/semana (veja guia abaixo).
- Fortaleça o tendão: exercícios excêntricos e isométricos, progressão gradual de carga.
- Fisioterapia: terapia manual, liberação miofascial, treino de força e controle de movimento; acupuntura pode ser coadjuvante para dor.
Medicação: analgésicos e anti-inflamatórios só com orientação profissional. Palmilhas personalizadas ajudam quando há pé cavo ou desalinhamentos.
Exercícios seguros (4 semanas iniciais)
- Alongamento da panturrilha na parede: 3 séries de 30–45s por perna; joelho estendido para gastrocnêmio, joelho levemente flexionado para sóleo.
- Isométrico de panturrilha: fique na ponta dos pés apoiado em ambos, segure 20–30s; 5 repetições. Sem dor aguda.
- Excêntrico no degrau (progredir): suba com as duas pernas, desça devagar (3–4s) com a perna afetada; 3×12, 5x/semana.
- Mobilidade do tornozelo: avance o joelho sobre o pé sem levantar o calcanhar, 2×15, controlando a dor.
Dica importante: a dor deve ficar em nível leve e reduzir em até 24 horas. Se piorar, diminua a carga ou pule um dia.
Quando considerar cirurgia
Cirurgia é considerada quando o tratamento conservador bem conduzido por 3–6 meses não resolve, ou quando a proeminência é grande e limita a vida diária. O procedimento costuma remover a saliência óssea e, se necessário, tratar a inserção do tendão de Aquiles.
- Recuperação típica: imobilização e proteção de carga nas primeiras semanas.
- Reabilitação: retorno gradual a caminhadas mais longas entre 6–8 semanas; corrida leve entre 3–4 meses, conforme evolução.
- Decisão compartilhada: avalie riscos, benefícios e expectativas com ortopedista de pé e tornozelo.
Prevenção: hábitos que funcionam
- Escolha do calçado: contraforte macio ou recortado, espaço para o calcanhar, meias acolchoadas.
- Progressão de treino: aumente volume ou intensidade em no máximo 10% por semana.
- Varie os pares: alterne modelos para mudar pontos de pressão.
- Rotina de mobilidade: alongue panturrilhas 5 minutos/dia.
- Fortaleça regularmente: exercícios de panturrilha 2–3x/semana.
- Cuide da pele: trate calosidades e proteja áreas de atrito.
Perguntas rápidas
Haglund some sozinho? Em geral, a saliência óssea não regride, mas a dor e a inflamação melhoram muito com manejo adequado.
Posso correr? Sim, desde que a dor esteja controlada e com progressão cuidadosa. Se doer ao ponto de mancar, pause e ajuste o plano.
Qual calçado é melhor? Aquele que não pressiona o “caroço” e permite conforto imediato ao caminhar.
Conclusão
Com medidas simples e consistentes, a síndrome de Haglund tende a responder bem. Ajuste o calçado, faça os exercícios, controle a carga e busque avaliação qualificada quando a dor persiste.
Dê o primeiro passo hoje: aplique as dicas por 2–4 semanas e observe a evolução. Se precisar, converse com um ortopedista de confiança para personalizar o tratamento da sua síndrome de Haglund.