Tudo sobre a febre maculosa

Doença precisa ser tratada assim que os primeiros sintomas aparecem; entenda como ela se manifesta em humanos
Quem gosta de animais sabe como é preciso ter cuidado com a saúde deles. O uso de vermífugos, antipulgas e proteção contra carrapatos ajuda a manter longe essas pragas — animais minúsculos, mas com um grande potencial para trazer doenças.
Além de contaminar os animais, carrapatos são perigosos para o ser humano. Como são pequenos, podem ficar presos na pele humana por horas. Com isso, podem passar infecções, como a febre maculosa.
Conheça um pouco mais sobre a doença, seus sintomas e tratamento.
De onde vem a febre maculosa?
Também chamada de febre ou tifo dos carrapatos, a febre maculosa é uma doença por riquétsia, ou seja, transmitida por um tipo incomum de bactéria (Rickettsia rickettsii) que só consegue viver dentro de células de outro organismo.
No Brasil, o principal vetor da doença é o carrapato da espécie Amblyomma. O mais conhecido é o Amblyomma cajennense (carrapato-estrela) — não é o aracnídeo comumente encontrado em cachorros. A espécie é comumente encontrada em animais de grande porte, como bois e cavalos, além de aves domésticas, gambás, coelhos e, especialmente, capivaras.
No entanto, qualquer carrapato pode se tornar vetor da bactéria, incluindo o do cão (Rhipicephalus sanguineus).
Para que haja contaminação, o carrapato precisa ficar por pelo menos quatro horas em contato com a pele do indivíduo. Por isso, os menores são mais perigosos, pois um indivíduo comum sente mais dificuldade em enxergá-los.
Apesar de perigosa, a febre maculosa não é transmissível de um indivíduo para outro. Portanto, quem está na mesma residência pode cuidar de quem estiver enfermo sem se preocupar com a contaminação.
Quais os seus sintomas?
Os primeiros sinais de contaminação surgem em uma janela que vai de 2 a 14 dias após a picada do carrapato-estrela. Além disso, costumam durar cerca de uma semana.
Geralmente, os sintomas da febre maculosa são semelhantes aos de qualquer outra infecção.
- falta de apetite;
- dor da cabeça;
- dor no corpo;
- febre alta;
- desânimo.
Contudo, os sinais mais intensos, que caracterizam a doença, começam a surgir:
- manchas vermelhas (máculas), semelhantes a picadas de pulga, que crescem, tornam-se volumosas e geram leves sangramentos. Esses edemas podem surgir nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, o que difere a doença de outras infecções;
- dor mais intensa na região dos olhos;
- aumento de tamanho do baço;
- inchaço das pernas e pés;
- icterícia (pele amarelada);
- náuseas e vômitos;
- confusão mental;
- perda do apetite;
- dor abdominal;
- mal-estar;
O lado “bom” da febre maculosa é que, embora repentinos, seus sintomas começam rapidamente e em conjunto por volta de sete dias após a contaminação, na grande maioria dos casos. O surgimento das manchas vem logo após os sinais mais característicos de uma infecção. Por isso, o médico precisa analisar rapidamente o histórico do paciente e perguntar se ele teve contato com cavalos ou animais silvestres.
A partir da manifestação dos primeiros sintomas, é preciso agir rápido. O paciente deve procurar ajuda médica em até cinco dias. Depois desse período, os remédios podem não trazer o efeito desejado. Além disso, infelizmente a taxa de letalidade é relativamente elevada.
Existe também um exame específico para o diagnóstico da febre maculosa brasileira (como é conhecida a febre causada pelo carrapato-estrela), chamado de reação de imunofluorescência indireta (RIFI). Mas como até o décimo dia de contaminação o paciente pode não apresentar anticorpos para a doença, o tratamento deve começar antes mesmo da confirmação do problema.
Os casos de febre maculosa são de notificação compulsória ao serviço de vigilância epidemiológica.
Como é o tratamento para febre maculosa?
A febre maculosa é tratada com antibióticos, que entram na corrente sanguínea com o intuito de matar a bactéria causadora da infecção. Alguns casos necessitam que o paciente fique internado no hospital.
Existe vacina contra febre maculosa?
Sim, mas sua vacinação em massa não é amplamente indicada. Visto que o tratamento é fácil, barato e costuma funcionar com rapidez quando o paciente entra em contato com o médico assim que percebe os primeiros sintomas.