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Onde Ficam os Extintores de Incêndio em um Estádio de Futebol?

Em um jogo decisivo, com o estádio lotado, a torcida vibra, os refletores iluminam o gramado e a emoção toma conta de todo mundo. Mas enquanto os olhos estão voltados para a bola rolando, há um detalhe fundamental que muitos ignoram: a localização dos extintores de incêndio. Eles são itens obrigatórios em qualquer grande evento e, nos estádios, cumprem um papel silencioso, porém vital para a segurança de todos.

Entender onde estão esses equipamentos e por que são posicionados em locais estratégicos pode até parecer detalhe técnico, mas faz toda diferença em situações emergenciais.

Por Que os Estádios Precisam Ter Extintores?

Antes de apontar os locais exatos, é importante entender por que os extintores são obrigatórios em um estádio. De acordo com normas da ABNT (como a NBR 13434 e a NBR 12693), todo local com grande circulação de pessoas precisa ter equipamentos de combate a incêndio disponíveis, sinalizados e em perfeito funcionamento.

Estádios de futebol reúnem milhares de pessoas em um curto intervalo de tempo. Isso aumenta os riscos, tanto pelo volume de público quanto pelos equipamentos usados: iluminação potente, fiação elétrica complexa, cozinhas, áreas de churrasco, cabines de imprensa, lojas e camarotes. Tudo isso gera calor, energia e, consequentemente, risco de fogo.

Quem determina a posição dos extintores?

A instalação dos extintores é regulada pelo Corpo de Bombeiros de cada estado, em conjunto com as normas nacionais. Antes de um estádio ser liberado para uso, uma vistoria é feita para verificar se:

  • A quantidade de extintores é suficiente
  • Os tipos de extintores são apropriados aos riscos
  • A sinalização está visível
  • O acesso aos equipamentos é fácil
  • A manutenção está em dia

Além disso, todos os planos de emergência do estádio devem incluir a localização dos extintores.

Onde exatamente ficam os extintores em um estádio?

A localização pode variar de estádio para estádio, mas existem padrões geralmente seguidos para garantir acesso rápido em caso de incêndio. Os pontos principais são:

1. Entradas e saídas principais

Extintores são obrigatórios nas entradas de cada setor e próximas às saídas de emergência. O objetivo é garantir que, caso o incêndio ocorra durante uma evacuação, haja equipamento por perto para impedir o alastramento das chamas.

2. Corredores internos de acesso às arquibancadas

Nos túneis internos que conectam as áreas externas ao espaço da torcida, há extintores distribuídos em pontos estratégicos, a uma distância que geralmente não ultrapassa 20 metros entre um e outro, como recomendam as normas técnicas.

3. Próximos aos banheiros e áreas de alimentação

Esses espaços costumam conter instalações elétricas e equipamentos que aumentam o risco de incêndio, como micro-ondas, fritadeiras e fornos. Por isso, é comum ver extintores tipo CO₂ ou pó químico seco nessas regiões.

4. Áreas técnicas e administrativas

Nas áreas onde funcionam os vestiários, cabines de transmissão, salas de operação de som e luz, assim como as salas de controle do estádio, os extintores também estão presentes. Nesses locais, costuma-se usar extintores específicos para equipamentos eletrônicos.

5. Camarotes e áreas VIP

Apesar de parecerem mais “isoladas”, essas áreas também precisam seguir os mesmos protocolos. Os extintores ficam posicionados próximos às entradas dos camarotes e corredores internos.

6. Subsolo e estacionamentos

Garagens subterrâneas ou abertas, áreas de carga e descarga e estacionamentos contam com extintores do tipo pó químico, geralmente posicionados em colunas visíveis ou em nichos com sinalização acima.

7. Próximo a geradores e quadros elétricos

Todo estádio tem geradores e quadros de distribuição elétrica. Eles concentram carga e são pontos sensíveis. Nesses espaços, o uso de extintores do tipo CO₂ é essencial, pois não danificam circuitos e são eficazes em fogo classe C.

Tipos de extintores mais comuns em estádios

Cada extintor tem sua função. Em estádios, os mais comuns são:

  • Pó Químico Seco (ABC): combate incêndios de materiais sólidos, líquidos inflamáveis e equipamentos energizados.
  • CO₂ (Dióxido de Carbono): ideal para áreas com equipamentos elétricos e eletrônicos.
  • Água Pressurizada: usado principalmente em áreas com risco de materiais sólidos como papel, madeira e tecidos (classe A).

Os extintores são identificados por cores e sinalizações visuais, o que facilita o uso em situações de pânico.

Quem pode usar os extintores em caso de emergência?

Apesar de qualquer pessoa poder tentar utilizar um extintor, os treinamentos específicos são destinados aos brigadistas e funcionários do estádio. Em eventos maiores, há também a presença do Corpo de Bombeiros Militar ou brigadas privadas, responsáveis por atuar em situações de risco imediato.

Mesmo assim, os extintores são posicionados de maneira que estejam ao alcance de qualquer pessoa que identifique um princípio de incêndio.

Como identificar um extintor dentro do estádio?

Os extintores devem ser visíveis e acompanhados de sinalização padronizada com a legenda “Extintor” em vermelho. Eles podem estar:

  • Aparentes, fixados na parede
  • Dentro de nichos com tampa de vidro ou acrílico
  • Em suportes no chão

Além disso, a norma exige que estejam a uma altura entre 1,20 m e 1,60 m, facilitando a visualização e o alcance mesmo em meio a uma multidão.

O que acontece se um estádio estiver sem extintores?

Estádios sem os equipamentos obrigatórios ou com extintores vencidos, com carga vencida ou sem manutenção atualizada, podem ser interditados pelo Corpo de Bombeiros. Isso já aconteceu em diversos estados brasileiros.

Exemplos:

  • Em 2022, um estádio de médio porte em Goiás foi impedido de receber jogos da Série C por não apresentar projeto de combate a incêndio atualizado.
  • No Rio de Janeiro, o Corpo de Bombeiros já interditou áreas internas de estádios por ausência de sinalização e extintores vencidos.

Essas falhas, além de colocarem vidas em risco, podem gerar multas pesadas para os administradores dos estádios.

Manutenção e fiscalização constante

Todos os extintores devem passar por inspeções periódicas, conforme determina a ABNT NBR 12962. A recomendação básica é:

  • Verificação mensal visual: se o equipamento está no lugar, com lacre intacto e sem danos
  • Manutenção anual completa: feita por empresas especializadas, com troca de componentes, testes e recarga

Além disso, em dias de jogo, uma checagem extra costuma ser feita por equipes de segurança, que verificam se todos os pontos estão com extintores operacionais.

Estádios modernos já usam tecnologias adicionais

Alguns estádios mais recentes e reformados contam com sistemas automatizados, como:

  • Detectores de fumaça e calor integrados a centrais
  • Aspersores automáticos (sprinklers) em áreas fechadas
  • Portas corta-fogo com fechamento automático
  • Alarme de incêndio interligado a luzes de emergência e placas luminosas

Mesmo nesses ambientes com alta tecnologia, os extintores continuam sendo obrigatórios, pois são o primeiro recurso de contenção em qualquer incêndio.

Dicas para o torcedor: como se proteger

Quem frequenta estádios deve adotar alguns cuidados simples que podem fazer a diferença:

  • Ao entrar no estádio, identifique a localização do extintor mais próximo
  • Repare também nas saídas de emergência e sinalizações luminosas
  • Nunca obstrua a passagem de corredores, mesmo que pareça “mais cômodo” ficar por ali
  • Evite acender sinalizadores ou usar materiais inflamáveis
  • Em caso de fogo, acione a brigada e tente ajudar apenas se for seguro

Esses comportamentos evitam tragédias e ajudam a manter o ambiente seguro para todos.

Estádios brasileiros que seguem boas práticas

Diversos estádios no Brasil são exemplos de boas práticas de segurança. O Morumbis (São Paulo), Arena Barueri (Barueri/SP), Arena MRV (Belo Horizonte), Arena Castelão (Fortaleza) e a Arena Fonte Nova (Salvador) possuem certificações e investem pesado em segurança contra incêndios.

Segundo dados da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), todos os estádios participantes das Séries A e B passaram por inspeções em 2024 com foco em acessibilidade e prevenção de acidentes.

Crédito imagem – https://www.pexels.com

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